Cavar Em Ruínas |
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Foreword by:
| Machado, José |
Author:
| Castelo Branco, Camilo |
ISBN: | 979-8-7932-3852-6 |
Publication Date: | Dec 2021 |
Publisher: | Independently Published
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Book Format: | Paperback |
List Price: | USD $11.00 |
Book Description:
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Cavar em Ruínas é um dos livros menos conhecidos de Camilo Castelo Branco. O próprio autor se desinteressou dele, não procurando reabilitá-lo do olvido através de uma nova edição. As razões são desconhecidas. Pode simplesmente ter sido por acaso. Mas talvez o facto de o autor contar peripécias, em tom jocoso, nem sempre abonatórias para os intervenientes, pudesse ter criado crispações com os familiares e descendentes de alguns dos visados. O título,
Cavar em Ruínas,...
More Description Cavar em Ruínas é um dos livros menos conhecidos de Camilo Castelo Branco. O próprio autor se desinteressou dele, não procurando reabilitá-lo do olvido através de uma nova edição. As razões são desconhecidas. Pode simplesmente ter sido por acaso. Mas talvez o facto de o autor contar peripécias, em tom jocoso, nem sempre abonatórias para os intervenientes, pudesse ter criado crispações com os familiares e descendentes de alguns dos visados.
O título, Cavar em Ruínas, é uma expressão que o autor utiliza no último capítulo, intitulado "O meu condiscípulo". «Isto é que é um triste e verdadeiro cavar em ruínas!...», confessa ele no início da nota autobiográfica, em que conta como conseguiu, aluno da academia do Porto, ser aprovado em Química graças à preciosa ajuda de um farmacêutico seu amigo. O cavar em ruínas simboliza na obra não só o rememorar de coisas esquecidas através da escrita, como essa sua experiência da juventude, mas também, para a maioria dos textos, vasculhar em livros e manuscritos poeirentos episódios que possam ser interessantes como lição moral ou como mero entretenimento para si e para o leitor.
Os principais temas tratados andam à volta dos frades, em particular os Capuchinhos, o comportamento do clero e os desmandos do Santo Ofício. Nesta obra, encontramos um Camilo profundamente anticlerical e crítico mordaz da Inquisição.
«Os livros amigos pagam liberalmente a quem os atura. Não há velhice mais dadivosa e agradecida do que a deles. Sentam-se connosco à sombra de árvores, suas coevas, e contam-nos coisas que viram os plantadores das árvores. Nos silêncios das noites geadas dos nossos janeiros, eles, que os contam aos centos, aconchegam-se de nós e conversam com o mesmo afeto das tardes estivas, embora o frio lhes esteja orvalhando os pergaminhos das capas. Ótimos amigos que nem quando nos adormecem se agastam, e até sofrem ser ouvidos sem ser escutados!»