Eros

Os sete investigadores da Divisão de Narcóticos firmaram um pacto macabro. Deixaram o dinheiro da apreensão de cocaína, desviada da Justiça, em posse do delegado da equipe. Retaliados pelos traficantes, receavam que, com a morte dos policiais mais fracos, a parte do dinheiro destes se extraviasse. No entanto, o policial mais inepto e desprezível insistia em não morrer. Era chamado por Rato, cujo apelido ressoava o desprezo que lhe dispensava toda a corporação policial e, apesar disso,...
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Os sete investigadores da Divisão de Narcóticos firmaram um pacto macabro. Deixaram o dinheiro da apreensão de cocaína, desviada da Justiça, em posse do delegado da equipe. Retaliados pelos traficantes, receavam que, com a morte dos policiais mais fracos, a parte do dinheiro destes se extraviasse. No entanto, o policial mais inepto e desprezível insistia em não morrer. Era chamado por Rato, cujo apelido ressoava o desprezo que lhe dispensava toda a corporação policial e, apesar disso, sobrevivia a colegas mais fortes e valentes. Cada morte deixava nos restantes o sentimento de gozo, por ficarem mais ricos, e de morte, por perderem um colega e confirmarem o poder de extermínio dos traficantes. O desprezado investigador vê admirado que os jornais do país noticiam seus feitos e o tomam por vingador dos policiais e da sociedade como um todo. No entanto, acrescia-lhe o assombramento por ver nascer em si potencialidades quase diabólicas ao confrontar os inimigos. Teria controle sobre esse gênio tão nefasto, quando o mundo o alçava à altura de herói por deflagrar justiça sangrenta? Mauro Judice tem 16 livros editados, vendeu cem mil livros físicos, possui peças teatrais de sua autoria encenadas, é roteirista de cinema, além de ter excursionado na direção de algumas de suas peças.